(Por Mário Kazama)Em 1993, uma produtora americana desconhecida (pra não falar fuleira) a Malibu comics, conseguiu os direitos autorais da própria Capcom para publicar uma série de quadrinhos baseados na franquia, rapidamente esses quadrinhos migraram para o Brasil, pela editora Escala e rapidamente fez seu devido sucesso, pois Street Fighter era febre no mundo todo e tudo quanto é bugiganga que saia no mercado sobre o game a molecada pirava!
O que não agradou foi um enredo estranho e os traços mesmo sendo padrão na época, não agradaram o pessoal que era acostumado a ver as belas artworks feitas pela Capcom, na trama tínhamos Ryu e Chun li tendo um caso amoroso, Ken fazendo propaganda de tubaína e muitos dos dialogos eram bem toscos, mas o erro fatal foi na segunda edição, onde Sagat aparentemente mata o Ken com uma faca !
Tamanha escrotice só durou 3 edições, pois a Capcom não gostou do enredo cretino e cancelou a revista.
Diálogos bobos e a morte de
Ken foram o ponto final pra
essa série feita pelas mãos dos gringos...
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A ÚNICA VANTAGEM DOS GIBIS GRINGOS PARA OS BRASILEIROS, É QUE A TRAMA É MAIS ADULTA E SEGUE UMA LINHA MAIS RACIONAL E MENOS INFANTIL. |
No nosso país essas revistas já haviam sido publicadas e já estava fazendo sucesso na mão da molecada, com a revista americana sendo cancelada, a primeira tentativa foi trazer o mangá japonês (que foi lançado antes dos quadrinhos) pra cá, assim iria substituir os quadrinhos gringos, tentativa fracassada, então os próprios caras da editora Escala decidiram desenhar e elaborar as histórias fazendo os quadrinhos totalmente nacionais á partir da edição numero 4!
Ok, mas vamos analisar os quadrinhos brazucas...
Pontos positivos: Os traços estavam incrivelmente bem feitos, bastante coloridos e bem realçados, ficou muito parecido com os mangás orientais, a editora até aproveitava alguns artworks originais e usavam nas páginas dos quadrinhos.
As cenas de luta eram bem elaboradas, as magias e golpes explodiam nas páginas e era muito bacana ver isso e saber que esses belos traços eram de autoria brasileira, sendo muito mais bonitos do que os desenhos
dos quadrinhos da Malibu.
Valendo lembrar que esses quadrinhos eram muito divertidos e faziam sucesso, pois estavamos vivendo a street fighter mania, filmes, animes e novos games estavam sempre pipocando no mercado e os quadrinhos eram mais um desses produtos que expandiam o sucesso da franquia para a alegria da nação.
A criatividade dos produtores de conseguir juntar a trama do filme animado, com o anime e a serie americana tambem foi uma boa cartada para fazer um enredo interessante.
Os produtores na época não tinham muitas fontes de inspiração para criar o enredo, as poucas fontes era os poucos desenhos e filmes, algumas revistas de games, os manuais dos cartuchos e as histórias citadas no próprio game quando se termina com determinado lutador, então vendo por esse ponto, podemos dizer que eles fizeram um bom trabalho, juntando e elaborando a trama com poucos recursos e inspirações, e conseguindo fazer um trabalho satisfatório e divertido.
Pontos negativos: Certos pontos da história original foram descartados com o passar do tempo,e dava pra perceber que os roteiristas não jogavam o game e estavam meio por fora, pois eles se baseavam muito no filme do Van Damme e no desenho baseado no mesmo, transformando da trama somente numa guerra entre a equipe do bem contra a do mal, assim como no insano desenho gringo, esquecendo da parte séria do enredo, onde M.bison (Vega se preferir) tinha planos para manipular Ryu, Guile e sua sede de vingança contra M.bison e Sagat e sua obsessão por derrotar Ryu, muitas dessas coisas foram deixadas de lado, dando lugar a dezenas de edições com cenas de luta desenfreadas mas sem um contexto sólido e esclarecedor.
O fato de focarem demais no Guile e na Chun li tambem me incomodava, as vezes parecia que os protagonistas da trama eram eles e não Ryu e Ken, que muitas vezes eram jogados de lado e tinham poucos diálogos, sem contar que Ken tinha uma participação mais marcante do que Ryu, isso não ruim, mas se formos analisar o enredo original do game, Ryu deveria ser o foco da trama, e não os outros personagens.
O ápice dos quadrinhos foi na saga do Akuma, onde podíamos ver a rivalidade de Ryu contra Akuma, e o enredo estava ficando mais sério sem aquele lance do Guile ser o chefe do grupo e liderar uma guerra contra a Shadaloo, uma pena que a saga do Akuma só durou duas edições e não teve finalização, pois a revista foi cancelada por motivos até hoje desconhecidos, mas não foi por falta de vendas, pois os quadrinhos faziam muito sucesso.
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a primeira edição dos quadrinhos feito 100% no brasil. |
Quando Marcelo Cassaro, (o encarregado de escrever as
publicações brasileiras) assumiu a frente do script, ele
escolheu continuar o enredo dos quadrinhos americanos,
com aquela história do Ken morto, mas de alguma forma ele iria
dar um jeito do personagem voltar a ativa, mas Marcelo só trabalhou em duas edições e depois saiu da equipe de produção do
gibi, dando lugar ao Alexandre Nagado, esse por vez decidiu
esquecer toda a trama dos quadrinhos gringos e começou uma
história totalmente diferente á partir da edição 6, e até o nome da revista mudou de Street Fighter para Super Street Fighter,
dando um reset na trama e começando tudo de novo, e na boa:
eu acho que o cara fez a coisa certa, a história de um Ken morto tava muito incômoda pra todo mundo!
Mas tamanha confusão com a troca de roteiristas e um rumo novo
na trama deixou alguns leitores meio perdidos, mas
esses fatos foram várias vezes esclarecidos nas próprias
páginas dos gibis.
Bom, mesmo com altos e baixos na trama, e uma leve despreocupação com o desenrolar da história, os quadrinhos Street Fighter são muito legais e merecem o seu lugar ao sol, ainda mais sendo uma publicação brasileira e de uma qualidade acima dos nossos padrões, marcou a infância de muitos viciados nos anos 90
e hoje em dia é meio raro de acha-los, virando um item cult na cultura
gamer, colecionadores e fanáticos pelo game assim como eu, procuram por essa obra a fim de relembrar a infância ou simplesmente colecionar como mais um item da franquia.
Eu consegui depois de muito tempo e esforço comprar quase todas as edições, só me falta 3 para completar essa coleção de raridades, e eu tenho muito orgulho da minha coleção, pois marcou em parte minha trajetória como fã do game e tem pra mim um valor sentimental, e mesmo não sendo tão bom quanto os atuais quadrinhos feitos pela Udon, gosto muito dessas publicações e
recomendo a todos os fãs da franquia, mesmo sendo uma leitura apenas por curiosidade, vale a pena e não deixa de ser divertido!
Se você tiver a fim de ler esses quadrinhos, aconselho a começar pelo número 6, que é onde recomeça a trama, com a saga CAMPO DE BATALHA, assim você não fica perdido no meio da trama americana que foi descartada e não se embola na história.
Vou deixar disponível pra download a saga campo de batalha, que como eu já citei ali em cima, começa na edição 6:
super street fighter edição 6 saga: campo de batalha:
link:
http://www.mediafire.com/?q1mcy4dojwusuper street fighter edição 7 saga: campo de batalha:
link:
http://www.mediafire.com/?nljyzfe3kmnsuper street fighter edição 8 saga: campo de batalha:
link:
http://www.mediafire.com/?nzwmmgnmzzdMAS STREET FIGHTER NÃO APARECEU SÓ NESSA SÉRIE DE QUADRINHOS, TAMBÉM EXISTEM MUITAS OUTRAS, (sem contar os bizarros e insanos manhuas chineses), MAS VOU FALAR UM POUCO DAS MAIS POPULARES:
Antes do lançamentos dos quadrinhos americanos e brasileiros, teve uma série em mangá de Street Fighter feita no Brasil, era uma época onde quase não existia mangás para comprar nas bancas e pra se ler uma publicação oriental tinha que sair garimpando nas bancas por ai, então lança o infame mangá brazuca,
com traços muito bonitos, os ataques dos lutadores e até no nome dos golpes eram incrivelmente fiéis, mas sem história nem enredo nenhum era bobo e sem sentido, o mangá era meio que piratão, pois não tinha licença da Capcom para ser produzido e durou poucas edições, cheio de piadinhas insanas e diálogos cheios de gírias, os traços pareciam um pouco com Pocket Fighter, mas esse ainda não tinha sido lançado na época, e apenas da qualidade duvidosa, numa época onde o vicio pelo game dominada, era a única
coisa sobre o jogo que tinha no mercado, e hoje em dia só é recomendado para curiosos e colecionadores, pois apesar dos traços serem bonitos,é uma obra onde não se deve levar a sério, pois o enredo é inexistente!
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CAPA E CONTRA-CAPA DO INSANO MANGÁ BRASILEIRO, TAMBEM PUBLICADO PELA EDITORA ESCALA, DUROU SÓ 3 EDIÇÕES.
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Em 1995, com o lançamento do filme, a DC comics, fez a adaptação da película para os quadrinhos com uma edição única, com os traços muito feios que até parece que foram feitos ás pressas, foi lançado no Brasil tambem pela editora Escala como uma edição especial dos quadrinhos brazucas.
Só recomendo para colecionadores, pois apenar de ter uma história mais apalpável do que o filme, os desenhos são realmente estranhos e feios de verdade!
Produzido em 1992 e lançado no começo de 93, o mangá
oriental do Street Fighter teve suas publicações lançadas nos E.U.A, mas infelizmente nunca foi lançado no nosso país,
com 8 volumes, licenciado pela Capcom, fez muito sucesso na terra do sol nascente, como foi lançado antes do game Super Street Fighter II, ele só mostra os 12 lutadores originais,
esse é muito raro hoje em dia, e por ter um conteúdo tão bacana, serviu até de inspiração para o filme animado e para os quadrinhos atuais feitos pela Udon.
Recentemente foi relançado na gringolândia pela Udon, como uma forma de homenagem á Masaomi Kanzaki, que com certeza merece a homenagem, por ser o percursor de alavancar Street Fighter em outras mídias fora dos games.
A série de comics da Udon foi lançada em 2003 e com a benção da Capcom foi muito bem sucedida, e é considerada a melhor adaptação do game para os quadrinhos, os traços são incríveis e a história muito convincente, conseguindo reunir os acontecimentos de todos os games da série numa trama forte e caprichada, foda demais e digna de competir com as grandes Marvel e DC comics, teve 53 edições.
Uma pena que até hoje não foi lançada no Brasil, e só podemos nos contentar com scanners traduzidos por fãs espalhados pela net.
Eu ainda aguardo com muita esperança que essa obra prima seja lançada aqui no Brasil.
Street Fighter Zero 3, mais uma publicação nacional publicada pela editora Trama, com roteiro de Marcelo Cassaro e ilustração da jovem Erica Awano, teve quatro edições publicas em meados de 99, com traços muito bonitos e um enredo que respeita boa parte do contexto do game, mostrando até a feroz luta de Ryu arrebentando o peito de Sagat com um Shoryuken, mesmo tendo alguns deslizes toscos na trama, são de qualidade superior aos quadrinhos da Escala, estranhamente apesar da qualidade aceitavel, não fez tanto sucesso quanto os quadrinhos da Escala, e hoje em dia é muito raro e é item pra colecionador!
Lançado em 96 somente no japão, esse mangá que só teve 2 edições conta o drama do jovem Ryu, lutando contra o poder maligno satsui no hadou.
Os traços são muto bonitos e a trama segue com
fidelidade os fatos do game, mas como sempre tem algumas liberdades encaixados no enredo.
Peça de importância na trajetória de fama do game e de muito boa qualidade, pois algunss fatos desse mangá foram usados pela Capcom e inseridos na
trama do game, um exemplo são as formas malignas evil ryu e shin akuma, que mais tarde apareceram no Street Fighter Alpha 2, jogo lançado um ano depois do mangá.
A obra foi relançada nos estados unidos em 2007, pela Udon, e dizem boatos que a New Pop pretende lança-lo aqui no Brasil, vamos aguardar e rezar pra que isso seja verdade!
Bom galera, encerro o post por aqui, espero que tenham gostado se gostou comente, se não gostou comente tambem, e se inscreva no blog e divulgue para seus amigos, assim você vai estar me dando uma força, termino esse post deixando uma foto da minha coleção de quadrinhos do Street:
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meu tesouro, chodó do papai...
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ABRAÇOS E ATÉ A PRÓXIMA !!!